Vou lhe fazer uma pergunta:

Depois que o médico começa a conversar com o paciente na consulta, você acha que ele demora quando tempo ouvindo-o antes de interrompe-lo?

É algo assustador, mas um estudo (Beckman e Frankel) mostrou, após gravações de dezenas de entrevistas médicas, que os pacientes tinham, em média, 18 segundos de fala antes de serem interrompidos.

Há evidências que médicos que tem o hábito de ler livros de literatura e ficção são melhores ouvintes. Nesse momento, onde tudo é feito nas pressas, onde não temos tempo para mais nada, saber ouvir o próximo é uma arte, que precisamos ensinar aos jovens médicos. A vivência literária e o convívio com a arte são fundamentais, não somente na formação médica, mas na formação humana.

Por isso, um dos nossos papéis como médicos e como educadores, é fortalecer, seja na pratica à beira leito, seja em matérias como da nossa revista, atributos essenciais a formação de profissionais de saúde: Interesse genuíno pela profissão e pelo paciente; objetividade para priorizar o que realmente importa; precisão para entender a demanda do paciente; sinceridade para não menosprezar, nem exagerar a sua própria situação; respeito para evitar os pré-julgamentos e os preconceitos; e empatia para identificar e responder a reação emocional do paciente.

Convido você para navegar com a gente por esse mundo tão fascinante da saúde, misturando arte, ciência, antropologia, filosofia e tantos temas correlatos para um maior crescimento profissional e pessoal. A começar pela nossa capa, trazendo a fantástica obra de Rembrandt, pintor holandês, que de forma única descreve a aula de dissecção em Lição de Anatomia. Folheie cada página e aproveite os assuntos que vão de hobbies a estudos.

Boa leitura!