Olho seco: uma epidemia silenciosa
Ardência, irritação, sensação de areia nos olhos, coceira, cansaço visual e visão embaçada ao final do dia. Esses são alguns dos sintomas do olho seco, um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, em qualquer idade, e em qualquer época do ano. Olho seco é a segunda maior causa de atendimento nos consultórios oftalmológicos, e quando não diagnosticada e corretamente tratada, pode evoluir para lesão da superfície ocular e, em alguns casos, até à perda da visão.
Na cidade de São Paulo, um estudo recente conduzido pela UNIFESP mostrou uma alta prevalência dessa condição, atingindo, aproximadamente, 24% da população. Uma pesquisa realizada pela UNICAMP com mais de 2.000 alunos universitários mostrou também uma prevalência em torno de 23% de olho seco nessa população jovem. Esse aumento do número de casos tem sido constante e progressivo, atingindo todas as faixas etárias. Por isso, é importante a divulgação dessa doença para a população geral e para os médicos.
A doença do olho seco é muito mais complexa do que apenas a baixa produção de lágrimas. Ela envolve a inflamação da superfície ocular e alterações neurossensoriais. A forma mais comum é o olho seco evaporativo, que acontece em quem tem disfunção das glândulas de Meibômio, ou, então, que acompanha hábitos ligados ao estilo de vida atual da sociedade.
Hoje em dia, as pessoas passam muitas horas na frente do computador, do celular, e por isso, não piscam adequadamente. Soma-se a essa falta do piscar a baixa umidade relativa do ar com uso de ar-condicionado, clima seco e poluição. Essa combinação aumenta a evaporação da lágrima, iniciando um quadro de olho seco que, muitas vezes, evolui para um processo inflamatório crônico, que não se resolve apenas com o uso da primeira linha de tratamento, composta pelo uso de colírios lubrificantes, as conhecidas lágrimas artificiais.
A avaliação diagnóstica da doença, antes de tudo, deve incluir um histórico detalhado do paciente, exame completo com lâmpada de fenda e testes adicionais feitos pelo oftalmologista. É importante também distinguir olho seco de infecções e alergias, que podem se apresentar, clinicamente, de uma forma muito semelhante, mas requerem tratamentos diferentes, e se tivermos um diagnóstico clínico incorreto e forem prescritos medicamentos antialérgicos ou antibióticos epiteliotóxicos, o olho seco pode inclusive piorar.
Recentemente, foram introduzidos novos métodos para fornecer medidas objetivas e não invasivas de alguns sinais de olho seco. Entre eles, podemos citar o Keratograph 5M, um aparelho oftalmológico de última geração, recém adquirido pelo Centro Visual Valter Justa, que analisa de forma completa a saúde da superfície ocular. O Keratograph 5M realiza diversos exames como: altura do menisco lacrimal, interferometria da camada lipídica, dinâmica do filme lacrimal, tempo de ruptura não invasivo do filme lacrimal, meibografia, classificação do grau de hiperemia ocular, entre outros. Com uma ferramenta diagnóstica mais precisa podemos indicar o tratamento mais adequado para o paciente.
O tratamento do olho seco deve ser personalizado, de acordo com os achados clínicos e do exame feito pelo Keratograph 5M. Para casos leves, se faz uso de colírios lubrificantes, ômega 3, vitaminas e higiene ciliar com shampoos próprios. Apesar desse arsenal terapêutico, o resultado do tratamento para muitos casos costuma ser insatisfatório, com impacto negativo na qualidade de vida do paciente. Esse fato, associado à cronicidade e à alta prevalência da doença, tem levado especialistas a buscar alternativas terapêuticas mais eficazes para o tratamento do olho seco como a terapia com Luz Pulsada.
A tecnologia de luz intensa pulsada (IPL em inglês) foi, inicialmente, usada por dermatologistas para tratar doenças de pele, notadamente, a rosácea. Esta tecnologia tem sido usada há alguns anos para tratamento de olho seco.
O aparelho de luz pulsada possui uma fonte de luz policromática que produz pulsos luminosos homogêneos e regulados que vão do espectro do visível (515nm) ao infravermelho (1.200nm). A luz intensa pulsada se transforma em calor (energia térmica). Este efeito térmico promove a coagulação e ablação (cauterização) dos capilares, reduzindo os fatores inflamatórios. O efeito térmico também desobstrui as glândulas de Meibômio, uma vez que amolece a secreção acumulada.
Há evidências robustas que mostram que a luz intensa pulsada altera o mecanismo de disfunção das glândulas de Meibômio, principal fator de risco do olho seco evaporativo. Com isso, os sintomas do olho seco melhoram de forma significativa. A luz intensa pulsada se mostra cada vez mais importante para o controle dos sintomas do olho seco. Sem dúvida, é uma tecnologia excelente na área oftalmológica com ótimos resultados.
O Centro Visual Valter Justa já oferece a tecnologia revolucionária de Luz Pulsada para o tratamento da doença de olho seco.
O aparelho de luz intensa pulsada, Therma Eye Plus, adquirido pelo Centro Visual Valter Justa, através da Dra. Telma Justa, tem aprovação no Brasil e na Europa, onde já vem sendo utilizado há vários anos com publicações que confirmam sua eficácia e segurança.
O Therma Eye Plus, desenvolvido pela empresa italiana Deka, já conhecida internacionalmente, por seu amplo portifólio de lasers de CO2, foi projetado especificamente, para aplicação periocular. As aplicações de luz intensa pulsada estimula e desobstruem as Glândulas Meibomianas, com total segurança e conforto, de forma rápida, indolor e, minimamente, invasiva. Em resposta a esse estímulo, as Glândulas de Meibômio voltam a funcionar, entregando lipídios e proteínas ao filme lacrimal, evitando que este evapore, trazendo alívio importante para os portadores de olho seco já nas primeiras aplicações do tratamento.