Pesquisa Clínica em Oncologia: Desafios e oportunidades
Recentemente, dados mundiais têm observado uma redução na mortalidade por câncer. Diversos fatores têm contribuído para este resultado: campanhas de prevenção, diagnóstico precoce por exames mais acurados, melhorias das técnicas cirúrgicas e de suporte ao paciente, assim como descoberta de novas medicações mais eficazes e seguras.
No entanto, o desenvolvimento seguro de todos esses avanços só foi possível através da pesquisa clínica, envolvendo muito esforço de pesquisadores e, principalmente, pacientes e famílias dedicadas ao progresso da medicina.
Desconhecida pela maioria da população, e, por muitas vezes, vista com desconfiança, a pesquisa clínica tem se tornado uma oportunidade ímpar para pacientes com câncer. Não apenas por permitir acesso a tecnologias inovadoras, com potencial de mudar de uma doença grave, mas também por permitir acessos a tecnologias já estabelecidas, porém de difícil acesso devido aos custos elevados.
Assim, é importante que haja um esforço em educar as pessoas sobre o que é pesquisa clínica, como ocorre este processo, quais são suas regulações e medidas para otimizar os potenciais benefícios e mitigar os riscos, permitindo que um número cada vez maior de pacientes tenha oportunidade de participar ativamente dos avanços na saúde.
Assim, é muito importante que as pessoas sejam capazes de reconhecer a compromisso com a segurança de um protocolo de pesquisa. Para que estas sejam realizadas de forma segura, necessitam atender a diversos quesitos éticos e legais, observando ainda as recomendações internacionais e a legislação vigente no país. Na década de 90, os países da Europa, Estados Unidos e Japão elaboraram diretrizes denominada Good Clinical Practices contendo as principais recomendações para a realização de pesquisa clínica no mundo.
No Brasil, a realização de pesquisa clínica no Brasil é regulada pela resolução no. 196/96, atualizada em 2012 pela resolução no. 466/2012 que visa assegurar os direitos e deveres do participante de pesquisa clínica. O estabelecimento do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) no âmbito nacional e dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) nos âmbitos locais são instâncias colegiadas ligadas ao Ministério da Saúde a que qualquer pesquisa envolvendo seres humanos deve ser submetida com objetivo de assegurar que os preceitos éticos e legais sejam atendidos.
Dessa forma, reforçamos a seriedade e compromisso com a pesquisa clínica de qualidade e encorajamos os diversos pacientes que procurem os centros de pesquisa e que conversem com seus médicos sobre pesquisa clínica. Assim como expressamos nossa gratidão aos diversos pacientes e familiares que participam ou já participaram de pesquisa clínica pela sua dedicação e compromisso com desenvolvimento da humano e da medicina.
Dr. Fábio Nasser Santos, MD, PhD – CRM-CE 9474 / RQE:7240
Oncologista Clínico, Pesquisador do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), Oncologia D´Or Fortaleza (Hospital São Carlos e Fujiday) e Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza