Suplementação na Menopausa: Promovendo Saúde e Bem-Estar na Nova Fase da Vida

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Climatério, termo frequentemente confundido com menopausa, é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o período transitório entre a fase reprodutiva e não reprodutiva da vida da mulher.

 

Entende-se que o climatério é um processo essencialmente fisiológico, relevante do ciclo biológico feminino, um fenômeno endócrino decorrente da menor produção de estrogênios que acontece devido ao esgotamento dos folículos ovarianos.  Marco desse período é a menopausa, caracterizada pela última menstruação, identificada retrospectivamente após 12 meses de amenorreia. Em 95% das mulheres a menopausa ocorre entre os 45 e 55 anos. O climatério acontece entre os 40 e 65 anos.

 

A falência de estrogênios durante a menopausa pode levar a diversas consequências. Entre as mais comuns estão os sintomas vasomotores, como ondas de calor, suores noturnos e insônia, frequentemente acompanhados de palpitações, calafrios, agitação e fadiga, acometendo cerca de 80% das mulheres.  A falta do estrógeno promove também alterações urogenitais como ressecamento vaginal, infecções urinárias de repetição, dor nas relações sexuais além de diminuição na libido.

 

Outra importante consequência da diminuição dos níveis de estrogênio está associada a um aumento do risco de doenças cardiovasculares, sendo a hipertensão arterial patologia frequente devido a alterações na vasoatividade arterial promovida pela deficiência hormonal assim como a aterosclerose, contribuindo assim para o aumento da mortalidade por doenças cardíacas, vascular cerebral, renal e vascular periférica.

 

Vale ainda lembrar da osteoporose, essa decorrente da redução da massa óssea e deterioração na microarquitetura do tecido ósseo favorecendo as fraturas e acarretando enorme prejuízo a qualidade de vida dessas mulheres.  

 

O ganho de peso é muito frequente, fator não elancado especificamente a redução dos níveis de estradiol, mas também a tendência ao sedentarismo, diminuição no metabolismo basal decorrente tanto do próprio do processo de envelhecimento quanto dos hábitos alimentares.

 

Ressalta-se aqui a maior tendência à obesidade central que favorece complicações metabólicas as quais envolvem diabetes mellitus tipo 2, dislipidemias, hipertensão arterial e ainda os cânceres de mamas e endométrio.

 

No âmbito emocional o estradiol é responsável pela modulação de neurotransmissores e a redução da sua produção pode interferir nas alterações de humor, ansiedade e até mesmo depressão. Na esfera social e psicológica, as alterações hormonais do climatério cursam paralelamente com uma série de mudanças na vida da mulher, muitas vezes coincidindo com a independência dos filhos, aposentadoria, certas vezes com mudanças na composição familiar envolvendo divórcio ou até mortes.

 

Essas e diversas outras mudanças ocorrem durante o climatério, período que precisa ser entendido como um processo natural que faz parte da vida das mulheres. Os tratamentos devem ser direcionados a uma melhor saúde, qualidade de vida, bem estar físico e mental. 

 

A terapia hormonal (TH) quando bem indicada após adequada avaliação, alivia os sintomas vasomotores, genitourinários e previne a osteoporose, sendo essas as 3 indicações formais da TH. Importantes aliados aqui são a alimentação saudável e a atividade física.  Nos casos em que há contra indicações à TH os fitoquímicos, fitoterápicos que simulam o efeito do estrógeno, podem ser utilizados para tratar os sintomas agudos do climatério, entre eles, a Amora, o Hypericum, isoflavona, Cimicifuga racemosa, Dong Quai, e diversos fitoterápicos que tem boa eficácia para reduzir principalmente os sintomas vasomotores.

 

 O ajuste no peso é muito relevante especialmente pela associação sobrepeso e obesidade com comorbidades nesse momento onde a queda dos níveis de estradiol aumentam o risco de tais enfermidades.

 

Alimentação adequada, baseada em um plano alimentar hipocalórico, pobre em gorduras saturadas, rica em grãos, em frutas e vegetais, com quantidade ideal de proteínas, sempre adequando as necessidades de cada mulher, sempre pensando em favorecer uma composição corporal adequada.  

 

Importante ressaltar alguns suplementos que podem ser aliados quando usados de forma racional e sob orientação de um profissional.

 

  • Creatina: importante para preservar a massa muscular além de relatos sobre sua ação na cognição.
  • Vitamina D e cálcio: Contribuem para a saúde dos ossos, que podem ficar mais frágeis durante a menopausa.
  • Melatonina: Pode melhorar a qualidade do sono, muitas vezes associamos a fitoterápicos como valeriana, schisandra chinesa e GABA. 
  • Ômega 3: tem ação anti inflamatória na parede dos vasos sanguíneos, contribuindo com a saúde cardiovascular, e ainda  reduz o risco de depressão, promove melhora da memória e do foco. 
  • Vitamina B6 e B12: São importantes a formação de células vermelhas no sangue e a extração de energia dos nutrientes, contribuem também para manter níveis adequados de homocisteína a qual oferece proteção cardiovascular.
  • Magnésio: Ajuda a reduzir a irritabilidade e melhorar o sono e o humor.
  • Zinco: Antioxidante, ajuda a retardar o envelhecimento e contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico, tem importância também nos cabelos. 
  • Vitamina E: Tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. 
  • Óleo de prímula: Ajuda a aliviar os sintomas de secura vaginal. 
  • Coenzima Q10: Age nas mitocôndrias amenizando a sensação de fadiga e cansaço, além de reduzir o estresse oxidativo.

Estimular a atividade física regular, recomendando 150minutos de exercício físico de moderada intensidade, favorece a prevenção de diversas patologias, ajuda no ganho de massa magra e manutenção do peso além de contribuir para a melhora do sono, das manifestações de ansiedade e ainda da função intestinal. Deve-se recomendar também a adequada ingestão de água e evitar excessos de cafeína, sódio, alimentos embutidos e álcool.

 

Menopausa não é o fim da vida, mas certamente, o começo de uma nova fase onde a sabedoria e a experiência se encontram para criar uma felicidade plena e autêntica. Período que pode trazer alguns ou diversos desconfortos, vivemos a medicina do terceiro milênio e o adequado seguimento da mulher nessa fase da vida não apenas alivia os sintomas, previne doenças e a empodera, proporcionando uma vida plena, saudável e feliz.

Dr. Frederico Perboyre Carioca Freitas – CRM: 5500 Médico formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) - 1991 Residência em Ginecologia e obstetrícia na MEAC/UFC Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO Pós Graduação em Nutrologia pela ABRAN Mestre em Ciências Médicas pela UNIFOR @dr.fredcarioca

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